segunda-feira, 29 de abril de 2013

O MAL ESTAR DA CIVILIZAÇÃO - OBRA DE MAIO




Texto escrito em 1929 e publicado em 1930 pelo médico neurologista judeu-tcheco e criador da Psicanálise, Sigmund Freud, mostra os vários aspectos psicológicos trazidos ao selvagem pelo processo civilizatório que o torna homem. O delírio coletivo que introduz a cultura ao selvagem, por meio do que hoje se pode reconhecer como aparelhos ideológicos de Estado (conceito marxista de Louis Althusser, sobre sistemas de repressão por meio da educação, do direito, da política, da cultura, da religião, das ciências etc.), priva o homem da satisfação de parte dos desejos e pulsões instintuais do selvagem. Ao mesmo tempo, gera satisfação ou mal-estar pela identificação (ou não) com o outro, o reconhecimento de si como sujeito ("O inferno são os outros, porque eles dizem quem somos", Jean Paul Sartre) e a preservação da própria vida e da dos demais da espécie. A cultura, que dá ao bicho o nome de humano, leva o ex-selvagem à noção de si (sujeito) e do outro (objeto). Cria o desejo (em lugar das pulsões instintuais) e seus objetos, como o amor, a felicidade, a tristeza, a frustração, a doença, a saúde, o veneno, a cura. Reprime a agressividade, inventa a culpa, e gera doenças na alma e no corpo; destrói, constrói, desconstrói e reconstrói, dando algum sentido à vida, já que dela passa a ter consciência. Forma-se o aparelho psíquico: o superego, consciência da lei externa, que introduz o princípio de realidade; o ego, que faz a mediação entre os mundos externo e interno e, ao não dar conta do desprazer (frustração) pode gerar patologias; e o id, mundo instintivo das pulsões, mediado pelo ego e reprimido pelo superego.
O custo do processo civilizatório, portanto, é o sofrimento do dar-se conta dos sentimentos, sem dar conta necessariamente de todos eles. Dependendo da intensidade e freqüência do mal-estar gerado por sentimentos como angústia, ansiedade, depressão e outros, estados psíquicos comuns podem tornar-se psicopatológicos. "A tarefa de evitar o sofrimento coloca a da obtenção do prazer em segundo plano", escreveu Freud. A energia investida pelo ego à satisfação de seus desejos, ao encontrar a interdição do mundo externo, é reinvestida na busca de medidas paliativas e construções auxiliares, tais como extrair luz da própria desgraça, pela religião; satisfações substitutivas, como a sublimação oferecida pela arte; e o uso de substâncias tóxicas, que dão acesso a um mundo fantástico e prazeroso, em lugar do mal-estar provocado pelo princípio de realidade. Neste último caso, as substâncias químicas podem ser produzidas pelo nosso próprio corpo, gerando estados patológicos como a mania, semelhantes aos provocados pelo uso de produtos químicos. Portanto...A civilização é um delírio ao qual aderimos involuntariamente ao nascermos. Portanto, somos constituídos pelos fragmentos dos outros. Quem somos nós, de verdade? O que é a verdade, o que é real, palavras e conceitos criados pelo processo civilizatório, que assim se legitima? Por que tentamos, então, nos curar do incurável?


da Psicanálise, Sigmund Freud, mostra os vários aspectos psicológicos trazidos ao selvagem pelo processo civilizatório que o torna homem. O delírio coletivo que introduz a cultura ao selvagem, por meio do que hoje se pode reconhecer como aparelhos ideológicos de Estado (conceito marxista de Louis Althusser, sobre sistemas de repressão por meio da educação, do direito, da política, da cultura, da religião, das ciências etc.), priva o homem da satisfação de parte dos desejos e pulsões instintuais do selvagem. Ao mesmo tempo, gera satisfação ou mal-estar pela identificação (ou não) com o outro, o reconhecimento de si como sujeito ("O inferno são os outros, porque eles dizem quem somos", Jean Paul Sartre) e a preservação da própria vida e da dos demais da espécie. A cultura, que dá ao bicho o nome de humano, leva o ex-selvagem à noção de si (sujeito) e do outro (objeto). Cria o desejo (em lugar das pulsões instintuais) e seus objetos, como o amor, a felicidade, a tristeza, a frustração, a doença, a saúde, o veneno, a cura. Reprime a agressividade, inventa a culpa, e gera doenças na alma e no corpo; destrói, constrói, desconstrói e reconstrói, dando algum sentido à vida, já que dela passa a ter consciência. Forma-se o aparelho psíquico: o superego, consciência da lei externa, que introduz o princípio de realidade; o ego, que faz a mediação entre os mundos externo e interno e, ao não dar conta do desprazer (frustração) pode gerar patologias; e o id, mundo instintivo das pulsões, mediado pelo ego e reprimido pelo superego.
Fonte: http://pt.shvoong.com/books/1677018-mal-estar-na-civiliza%C3%A7%C3%A3o/#ixzz2Rr2opDea

domingo, 28 de abril de 2013

Zuenir Ventura - Biografia

 
 
Zuenir Ventura é mineiro de Além Paraíba, cidade onde nasceu em 1º de junho de 1931. Na adolescência, trabalhou como contínuo no Banco Barra do Piraí, faxineiro no Bar Eldorado e balconista da Camisaria Friburgo, entre outras ocupações. Mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro (RJ) em 1954 e ingressou na Faculdade Nacional de Filosofia, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro (Ufrj). Formou-se em 1958, em Letras Neolatinas.

Em 1956 tornou-se redator de A História em Notícia (RJ), obra paradidática dirigida por Amaral Netto (1921-1995), que abordava os fatos históricos em linguagem jornalística. No ano seguinte, indicado por um professor da faculdade, conseguiu uma vaga de arquivista na Tribuna da Imprensa (RJ). Ganhou bolsa de estudos do governo francês, em 1959, para estudar no Centro de Formação de Jornalistas, em Paris. Paralelamente, trabalhou como correspondente da Tribuna, fazendo coberturas históricas, como a passagem de Jango por Paris antes de se tornar presidente da República e o encontro de cúpula entre Kennedy e Kruschev, em Viena.

De volta ao Brasil, ficou um tempo na redação da Tribuna e, depois, passou a trabalhar como editor de Internacional no Correio da Manhã, além de dar aula de Comunicacação Verbal na Escola Superior de Desenho Industrial, da qual é um dos criadores. Em 1965, assumiu o cargo de chefe de Reportagem da revista O Cruzeiro. Dois anos depois, tornou-se chefe da filial Rio da revista Visão.

Em 1968 foi preso, acusado de atividades subversivas pela ditadura militar, e passou três meses em uma cela com pessoas influentes como Hélio Pellegrino (1924-1988), Ziraldo, Gerardo Mello Mourão (1917-2007) e Osvaldo Peralva (1916-1992). Sua mulher e seu irmão também foram presos no mesmo dia, mas ficaram detidos por menos tempo. Escreveu o livro 1968: O Ano que Não Terminou, que se tornou best-seller e serviu de inspiração para a minissérie Anos rebeldes, exibida pela Rede Globo.

Em 1969, lançou uma série de reportagens – Os Anos 60: A década que mudou tudo – para a Editora Abril, que mais tarde se transformaria em livro. Em 1975, colaborou com o roteiro do documentário Que país é esse?, de Leon Hirzsman. Dois anos depois, passou a chefiar a sucursal carioca da revista Veja (SP). Junto com outros colegas investigou a morte da jovem Cláudia Lessin Rodrigues (1956-1977), reportagem que lhes conferiu o Prêmio Esso. Em 1980, fez entrevista com Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), rompendo um longo silêncio do poeta.

Em 1981 assumiu o cargo de diretor da filial Rio de Janeiro da revista IstoÉ (SP). Em 1989, como repórter especial do Jornal do Brasil (RJ), investigou o crime do seringueiro Chico Mendes (1944-1988). A série de reportagens lhe rendeu dois prêmios: o Esso de Jornalismo e o Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos.

Em 1983 após as chacinas da Candelária e do Vigário Geral colaborou para a criação do Viva Rio, uma organização não governamental dedicada a projetos sociais e campanhas antiviolência. Em 1994, após nove meses frequentando a favela de Vigário Geral, editou um livro contando sua experiência: Cidade Partida, um retrato das causas da violência no Rio, obra que ganhou o Prêmio Jabuti de Reportagem.

Em 1998, ao ser surpreendido por um câncer em fase inicial na bexiga, resolveu publicar o livro Inveja – Mal secreto, onde contou a sua luta e vitória contra a doença, entre outras coisas. Em 2003, depois de 13 anos, voltou ao Acre para escrever a última parte de Chico Mendes – Crime e castigo, lançado pela Companhia das Letras.

É colunista de O Globo.

                                                                                             Texto retirado do Portal dos Jornalistas.



quinta-feira, 25 de abril de 2013

Festival Varilux de Cinema Francês


O Festival Varilux de Cinema Francês promoverá um Ciclo de Encontros com o Cinema Francês que contará com a participação dos diretores Benoît Jacquot, Philipe Le Guay e Jean-Pierre Améris. Realizados sob o formato de “master class”, os encontros acontecerão no dia 3 de maio, na Cinemateca do MAM.
PROGRAMAÇÃO:
- 02/05 - Quinta-Feira
Exibição dos filmes dos diretores participantes do ciclo de encontros. Formato de exibição dvd:
14:00 - Pedalando com Molière (Alceste à Bicyclette)
De Philippe Le Guay, com Fabrice Luchini, Lambert Wilson.
16:00 - O Homem que ri (L’homme qui rit)
De Jean-Pierre Améris, com Gérard Depardieu, Emmanuelle Seigner, Marc-André Grondin.
03/05 - Sexta-Feira
Ciclo de encontros com cineastas franceses:
14:00 – Encontro com Philippe Le Guay
15:30 - Encontro com Jean-Pierre Améri
17:00 - Encontro com Benoît Jacquot
18:30 - Encerramento
Inscrições:
As inscrições serão feitas através do email larissa@bonfilm.com.br. Será conferido certificado para os participantes.

terça-feira, 16 de abril de 2013

LIVRO DO MÊS


Algumas histórias resistem ao tempo. A inocência não.

Em seu novo livro, Sagrada família, Zuenir Ventura entrelaça memória e ficção para compor uma narrativa lírica e cativante sobre os amores que resistem ao tempo e a perda da inocência.

Com nostalgia e bom humor, o narrador faz uma viagem ao passado, à ficcional cidade de Florida, para recontar o que viveu em meio a uma numerosa família fluminense. A começar por sua tia, a bela Nonoca, 37 anos de idade e dois de viuvez, e suas visitas regulares à farmácia, onde recebia do farmacêutico atenções muito mais especiais do que uma simples cliente. E suas duas filhas, Cotinha e Leninha, 15 e 14 anos, ansiosas para conhecer o verdadeiro amor.

“Este é um livro fortemente inspirado em memórias, mas para não criar problemas familiares com parentes ainda vivos, inventei muita coisa, troquei nomes, romanceei episódios. O que eu queria mesmo era contar uma história que representasse a hipocrisia daquela época”, conta Zuenir, sobre sua infância e adolescência vivida em universo “tipicamente Rodrigueano”.

Com tipos e cenas que, reconhece o autor, lembram de fato personagens das crônicas de Nelson Rodrigues, Zuenir recria, com grande sensibilidade, os anseios e as atribulações de uma família vivendo na região serrana do Rio de Janeiro, dos anos 1940 até um passado não muito distante.

É um livro de personagens memoráveis: além de Tia Nonoca e as duas filhas casadoiras, há Douglas, um rapaz carismático e por vezes violento, que mudará a vida da família. E o próprio narrador, o menino Manuéu (“me orgulhava da grafia sem saber ainda que era um erro do escrivão”), que acompanha a trajetória dos personagens e aos poucos perde sua inocência de criança.

Sagrada família é também uma história cativante sobre a vida interiorana, com as matinês de domingo, o footing na praça nos finais de semana, os flertes. E o cotidiano de dona Edith e suas meninas de Vila Alegre, a melhor casa da zona do meretrício, com códigos de conduta mais formais que os dos clubes de Florida. Tudo isso à sombra de um período crucial na História do Brasil às vésperas de entrar na Segunda Guerra, com suas intrigas políticas e passionais, compondo o emocionante retrato de uma época.



segunda-feira, 8 de abril de 2013

ATA DE MARÇO





Então chegou o dia 7 de abril e a turma com seus exemplares  D'A Mensagem compareceu à casa de Pauliane. Destaque-se aqui a qualidade louvável da pontualidade.


Iniciamos pela simpática oferta de presentes. Carla trouxe dois livros a serem doados. Sendo que um deles tem um poema a ela dedicado.  Trata-se do livro Trovadores Elétricos, do qual ela foi revisora. Também ofertou marcadores de livro, objeto muito útil para o tipo de atividade que o grupo se propõe.
Rafael também nos trouxe quatro livros de temas variados, e cada membro pode escolher aqueles que mais se aproximam de suas áreas de interesse.
Cada um de nós  saiu enriquecido ,desse encontro ,pelas discussões realizadas e pelos "regalos" que recebeu.

As tertúlias compartilhadas foram a divulgação do projetoda operadora Oi intitulado "Sempre um papo". Desta vez, trouxeram o jornalista Zuenir Ventura para conversar com os juizforanos.

 
Em se tratando de município, Rafael também nos relatou o andamento do Plano Municipal da Juventude e solicitou que cada um de nós, dentro de nossos campos de atuação, possamos ajudar na divulgação do mesmo. Os trabalhos já se iniciaram, com ampla representação da sociedade, e prosseguem no próximo dia 11 de maio, na Casa de Cultura. A intenção é que nesta data uma primeira versão do plano já seja esboçada.




Iniciando propriamente as conversas sobre Fernando Pessoa e sua obra. As conversas foram extremamente profícuas. Cada um pode relatar as impressões que a obra lhes causou. Conversamos sobre o autor, sua biografia e seu perfil. Sobre Portugal em épocas passadas e na conjuntura atual. Sobre a obra especificamente e suas peculiaridades. Na etapa final da conversa, cada um pode relatar aquele poema que mais tenha chamado a atenção. Muito bacana perceber que cada um vê mesmo o m
undo com seus olhos. E os textos tocam mais a uma pessoa, por esta ou aquela razão.


A obra indicada para o próximo encontro foi Sagrada Família , de Zuenir Ventura. Definimos o Jardim dos Manacás como local e o dia 28 de abril como data.
Combinamos também que a indicação de obra para maio, deverá ser de Ciências Humanas. E que cada  nova postagem no blog seja anunciada pelo grupo do facebook.
Em seguida o grupo foi se deliciar com os quitutes de Pauliane, mas o dever de atender a um chamado me impediu de usufruir desse deleite. Saí de lá alimentada pelo prazer da leitura e mais que isso, o prazer de estar com leitores.

Por Eliana  Balena