Mariano Procópio é um museu imperial;
pertence a outro império. Foi aberto aos
mortos que pra lá acorrem, afogando
as memórias ao léu.
As memórias, impressas nos objetos do
tempo, se equilibram em cordas invisíveis;
só os mortos guardam as memórias
sob o próprio véu.
Por isso, numa tarde azul, eles se juntaram
aos vivos pra ouvir a música de Villa-Lobos;
mas o que ninguém via era o museu
imerso noutro véu.
E tão imersa nas cordas do real, o que agora a platéia
não via eram os mortos tocando
jazz com Villa-Lobos,
em partituras sem papel.
Paulus
Caro Paulo,
ResponderExcluirFiquei muito contente por ler uma produção tua. Aliás, de excelente qualidade poética. Os elementos: museu, memórias, música e relação entre vivos e mortos, muito me agrada. Abraços