sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Bartleby, O Escriturário – Herman Melville


A resenha abaixo, sobre o nosso livro do mês me deixou bastante curiosa e motivada à leitura.
Acho que vou adorar!!!



O escritor norte-americano que ficou conhecido por escrever o célebre romance Moby Dick, também foi autor de outras obras que merecem destaque. Durante muitos anos ele fora ignorado por grande parte da crítica. Só depois de algum tempo é que lhe deram o devido valor.
A presente obra, que trazemos nesta breve resenha, é uma novela intitulada de Bartleby: O Escriturário. O livro, divido em duas partes, foi trazido ao público anonimamente na revista Putmam’s Magazine em 1853. Três anos depois foi relançado em 1856 fazendo parte de The Piazza Tales.
A história é narrada por um advogado que tem em seu escritório três funcionários: Turkey, Nippers e Ginger Nut. Este trio de personagens tem suas peculiaridades. O primeiro, por exemplo, é um alcoólatra que durante a manhã trabalha bem, no entanto, ao entardecer torna-se extremamente mal humorado. Por outro lado, temos a figura de Nippers, que ao contrário do colega de escritório, não é viciado na bebida, seu problema se dá devido a uma indigestão crônica. Sendo assim, ele fica irritado constantemente no início do dia, mas durante à tarde torna-se calmo. Por fim, temos Ginger Nut, um office boy que tem o nome advindo dos bolos que busca para o chefe. Estas três personagens não possuem uma influência muito grande na narrativa. Porém, servem para demonstrar, como bem frisa o narrador, que eles trazem um equilíbrio perfeito ao escritório.
Apesar de tudo correr bem no local de trabalho, que é descrevido pelo advogado como  extremamente opressivo, cercado de prédios com paredes de tijolos enegrecidas, o narrador decide contratar mais um funcionário: Bartleby. O novo integrante do escritório é instalado atrás de um biombo que fica localizado entre a a sala do chefe e dos outros empregados. O sujeito logo de cara mostra-se uma pessoa competente para a profissão de copista. Ofício monótono e cansativo, que consistia em copiar inúmeras páginas de processos, algumas chegando a beirar quinhentas laudas. No entanto, um dia o advogado requisita que Bartleby, juntamente com outros trabalhadores do escritórios, que seja feita uma revisão nas cópias. O novo funcionário responde apenas: “prefiro não fazer”. É, a partir deste fato, as coisas começam a complicar-se, pois o copista sempre que é mandado realizar outra tarefa, esquiva-se sempre com as mesmas palavras: “prefiro não fazer.” Isto faz com o advogado tente entender o porquê da atitude do empregado. Para piorar a situação, o chefe descobre que Bartleby faz do lugar de trabalho sua casa. Sempre respondendo de maneira insatisfatória as questões que lhe são indagadas, ele decide de um dia para outro parar também de produzir as cópias. Neste ínterim, o narrador perde a paciência e fica obcecado em tentar descobrir a origem daquele comportamento e a história do funcionário insurgente.
A novela se desenrola basicamente no enredo explicitado acima. O leitor, do mesmo modo que o narrador, sente-se outrossim desesperado para saber os motivos que levaram o copista agir daquela maneira. Sendo assim, Melville conduz bem o texto com um certo mistério e algumas reflexões feitas pelo narrador sobre o novo funcionário, que ocupam a maior parte da obra.
Poder-se-á dizer que devido à época em que fora escrito Bartleby, O Escriturário, procurar refletir no tocante às condições do homem acerca do capitalismo, que no período já se mostrava forte. Alguns enxergam a personagem, na verdade, está rebelando-se contra a maquinização imposta por este sistema.
Esta pequena novela possuí poucos diálogos, às vezes o texto soa monótono. Porém, é sempre bacana conhecer uma boa história curta escrita no século XIX, ambientada em Nova Iorque. Ah! Cabe ressaltar que o livro teve adaptações para cinema, bem como para o teatro.

Texto postado em 05 de novembro de 2009 no blog: http://www.literaturaemfoco.com/?p=125

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