A obra literária deste mês é As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, um dos mais importantes escritores italianos do século XX.
Filho de pais italianos e considerado
por muitos como um dos mais importantes escritores italianos do século XX,
Ítalo Calvino nasceu em Santiago de Las Vegas (Cuba) em 23 de outubro de 1923.
Logo depois, com apenas dois anos de idade mudou-se para a Itália, onde recebeu
educação laica e ingressou-se na Faculdade de Agronomia da Universidade de
Turim, continuando seus estudos na Universidade de Florença.
Chamado a participar do começo da
Segunda Guerra Mundial, Ítalo Calvino recusou-se, passando a atuar na
clandestinidade e a integra as Brigadas
Garibaldi, um grupo político de tendência comunista. Finalizada a Segunda
Grande Guerra, o autor mudou-se para Turim, abandou seu curso inicial, ingressou
no curso de Letras, carreira em que licenciou-se e doutorou-se com uma tese
sobre Joseph Conrad, passando a
colaborar com diversos periódicos. Filiou-se ao Partido Comunista e começou a
trabalhar no Departamento de Publicidade da Editorial Enaudi, onde entrou em
contato com intelectuais de esquerda, publicando sua primeira novela em 1947 e
continuando sua carreira literária desde então.
Somente a partir dos anos de 1950
Calvino começaria a escrever as obras que o tornaram famoso internacionalmente.
Seus primeiros grandes sucessos são "O Visconde Partido ao Meio"
(1952), "O Barão nas Árvores" (1957) e "O Cavaleiro
Inexistente" (1959).
Em 1957, Calvino se desliga do
Partido Comunista. Em 1972, publica "Cidades Invisíveis" –
considerada pelo próprio autor uma de suas mais importantes obras - ; "Se um Viajante numa Noite de
Inverno", de 1979, explora com ironia a relação do leitor com a obra
literária. "Palomar" é de 1983. Traduzidos para inúmeras línguas, os
três têm lugar de destaque no repertório da literatura pós-moderna da Europa.
Calvino morreu em 1985, consagrado
como um dos mais importantes escritores italianos do século 20. Entre seus
muitos outros livros incluem-se "Seis Propostas para o Próximo
Milênio", "Amores Difíceis" e "O Castelo dos Destinos
Cruzados".
SOBRE A OBRA
Cidades Invisíveis, reconhecida pelo autor como uma de suas obras mais importantes, relata
as impressões do mais famoso viajante veneziano ao imperador Kublai Khan sobre
as cidades por onde passa. O que surge ao longo do livro é uma geografia
fantástica, onde a vertigem do detalhe leva a mais abrangente simbologia, onde
a rapidez e a concisão do estilo é acompanhada do tom encantatório próprio das
fábulas e contos populares. Os lugares que Marco descreve sofrem refrações da
memória, as duplicidades do espelho, as insaciabilidades do desejo.
Dialogando com o Realismo Mágico de Jorge Luiz Borges, de quem o autor é
declaradamente admirador e, portanto um dos responsáveis pela difusão e
importância do autor argentino na Itália, Calvino adverte que As Cidades Invisíveis não deve ser
devorada com a avidez de querer saber o que irá acontecer depois, mas saborear
lentamente cada texto em si mesmo. Nas palavras do autor “ De uma cidade, não
aproveitamos as sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às
nossas perguntas”[...] “ Se meu livro As Cidades Invisíveis continua sendo
para mim aquele em que penso haver dito mais coisas, será talvez porque tenha
conseguido concentrar em um único símbolo todas as minhas reflexões,
experiências e conjecturas”
Uma ótima leitura a todo (a)s!!!
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