Marcado por um profundo mergulho na Juiz de Fora dos anos 40, o nosso último encontro literário ocorreu no dia 04 de agosto de 2013 na Planet Music de 18 às 20 horas, onde discutimos a obra Os Anos 40: a ficção e o real de uma época de Rachel Jardim. Participaram do encontro Paulo Toste, Rafael Reis e eu, Marcelo Novais.
O encontro começou com uma breve análise sobre a forma memorialista da obra, assim como a relação da autora com este estilo literário e também uma breve comparação sobre a sua forma memorialista de escrever em relação às memórias escritas por Pedro Nava e Murilo Mendes, seus conterrâneos e de quem a autora demonstra uma certa admiração. Enquanto Murilo Mendes, segundo análise de grupo, apresenta as memórias juizforanas de uma maneira quase ufanista, apresentando aquilo que de mais moderno, efervecente e progressista caracteriza a cidade, Rachel Jardim constrói uma memória da cidade, onde se destacam as características psicológicas e sociais de uma socieade típica de uma época. Aqui, em Os Anos 40, o marcante na obra são as características dos personagens, os seus comportamentos, os seus hábitos que delimitam e marcam os valores de uma época por vezes questionados pela autora.
Os Anos 40 é uma obra que fala de tradição e mineiridade, não deixando de abordar a sua forma peculiar de religiosidade, assim como a dificuldade de se adequar aos novos valores que se iniciam naquela época. É uma época de conflito, onde o natural movimento da mudança enconta suas barreiras em uma forte tradição que estabelece raízes com o processo de formação histórico-social de uma socidade "tipicamente mineira". Não é uma obra de memórias simples, mas são as memórias urbanísticas, industriais, culturais e psico-sociais de uma cidade que procura, ao mesmo tempo, afirmar e reavaliar a sua identidade. Neste sentido ela se apresenta mais atual do que nunca. E para o entendimento e compreensão da cidade, tanto de seu passado, quanto de seu presente, merece muito ser lida.
O próximo encontro será também na Planet Music, no dia 25 de agosto de 2013 às 18 horas.
A próxima obra escolhida foi o Manifesto Comunista, de Karl Marx.
Tenhamos todos uma ótima leitura.
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