sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

ATA DO ÚLTIMO ENCONTRO



ATA DO ÚLTIMO ENCONTRO

Ao sabor de uma boa massa italiana, uma boa cerveja, sucos e afins, finalizamos os nossos trabalhos literários de 2012. Neste último encontro discutimos a segunda metade da obra Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marques, fizemos uma breve e proveitosa análise dos trabalhos do ano corrente e terminamos o encontro com um amigo oculto, cujo presente, como não poderia deixar de ser, um livro, que para todos se mostrou uma surpresa e ou uma grande satisfação.

Participaram deste último encontro todos os membros integrantes do grupo: Raphael Reis, Marcos Godoy, Pauliane Godoy, Eliana Balena, Carla Machado e eu, Marcelo Novais.
 
Se no encontro anterior as discussões se concentram no contexto histórico ao qual a obra está inserida, na vida e obra do autor, e nos primeiros capítulos do livro, com um enfoque principal na história narrativa, o segundo encontro se caracterizou pela continuidade da história, mas principalmente por uma análise um pouco mais profunda sobre as principais personagens da história, do tema principal da obra e suas manifestações nas principais personagens.

Algumas figuras marcantes como Dona Úrsula, sinônimo de equilíbrio e sobriedade, o Coronel Aureliano Buendías, que ao lado de seu pai se transformaram nos exemplos mais claros de solidão e Remédios, a bela, talvez a personagem mais impressionante da obra, foram algumas das passagens centrais da narrativa. Tudo isto dentro do contexto de uma família, juntamente com surgimento e do desenvolvimento de uma pequena localidade (Macondo), que, assim como seus habitantes mais ilustres passa por um perído de criação, turbulências políticas, apogeu econômico e por fim pelo seu mais desatroso final.

Cem Anos de Solidão é um clássico da literatura latinoamericana. É leitura obrigatória na compreensão literária e social de um continente, que por vezes se sentiu mergulhado na solidão do atraso econômico, situando-se entre o que havia de novo na tecnologia e na política ocidental, mas ao mesmo tempo mergulhado nas suas raízes políticas, econômicas e sociais próprias de uma formação ibérica. É leitura obrigatória também no processo de compreesão das nossas identidades sócio-culturais, que nós brasileiros, por muitas vezes fazemos questão de esquecer.

A nossa próxima obra literária será Felicidade Clandestina, de Clarice Lispector, uma das autoras mais esperadas durante todo o ano, mas que por motivos diversos, não se tornou possível. Em fim é chegada a hora. Uma ótima leitura a todo(a)s! O próximo encontro será no dia 27 de janeiro de 2013 na residência de um dos integrantes do grupo.

A solidão, como várias expressões da língua, pode assumir diversos significados, como um estado de inferno, na consepção de Vitor Hugo ou na necessidade para inspiração de poetas, para a criação de artistas e animação de gênios, na consepção de Henri Lacordaire. Tudo depende da forma como a incorporamos.

"O segredo de uma velhice agradável consiste apenas na assinatura
 de um honroso pacto com a solidão."
 Gabriel Garcia Marques

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

FELICIDADE CLANDESTINA

Em janeiro leremos uma das obras da espetacular Clarice Lispector:  Felicidade Clandestina.Clarice é fenomenal e já estava na hora dela receber o devido mérito em nosso grupo.Aqui vai uma sinopse da obra para que possamos já sentir o gostinho do que vem por aí.




Publicado pela primeira vez em 1971, Felicidade clandestina reúne 25 contos que falam de infância, adolescência e família, mas relatam, acima de tudo, as angústias da alma. Como é comum na obra de Clarice Lispector, a descrição dos ambientes e das personagens perde importância para a revelação de sentimentos mais profundos. "Felicidade clandestina" é o nome do primeiro conto. Como em muitos outros, é narrado na primeira pessoa, e mostra que o prazer da leitura é solitário e, quando difícil de ser conquistado, torna-se ainda maior. O conto narra a crueldade da filha do dono de uma livraria que se recusa a emprestar As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato, até que a intervenção da mãe da menina permite à narradora deliciar-se, vagarosamente, com a posse do livro. A história, como outras do livro, acontece no Recife, onde a autora passou sua infância.
A dificuldade de se relacionar está presente em todos os contos. Em "Uma amizade sincera", dois amigos quanto mais se aproximam fisicamente, mais distantes ficam; em "Miopia progressiva", sobre a expectativa de um garoto em passar o dia na casa da prima mais velha e a decepção quando, enfim, chega o grande dia e nada de especial acontece. Solidão e morte também estão presentes no melancólico "O grande passeio", sobre a velhinha solitária com quem ninguém quer ficar; "A legião estrangeira" fala das visitas, dos conselhos e do silêncio da menina Ofélia; e "Os obedientes", da insuportável simetria do casamento. O cotidiano da vida familiar também faz parte da coletânea, em "Uma esperança" e "Macacos", nos quais as relações dos humanos com os animais servem para a autora falar dos mistérios da vida e da morte.
"Os desastres de Sofia" é um dos mais belos contos e trata da relação de amor e ódio de uma menina de nove anos e seu professor. Outro grande exemplo das dificuldades de relacionamento é "A mensagem", sobre dois estudantes, que tentam não se ver como homem e mulher. Só quando ela vai embora é que o rapaz percebe que já é um homem e vê a colega como uma mulher. A descoberta do sexo também é tema da última história, "O primeiro beijo", em que um estudante descobre a mulher após "beijar" os lábios de uma estátua. Entre os 25 contos de Felicidade clandestina, há textos originalmente publicados em jornal e outros que faziam parte do livro A legião estrangeira. A maioria trata de recordações familiares e de infância, mas todos testemunham os mais profundos segredos da alma humana.

domingo, 9 de dezembro de 2012

Exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade

Exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade

Inaugurada, no Rio de Janeiro, a mostra que exibe parte do acervo do Museu d’Orsay, de Paris
Foi inaugurada ontem (22), no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, a exposição Impressionismo: Paris e a Modernidade, com obras-primas do Museu d’Orsay, de Paris, que pela primeira vez exibe parte de seu acervo na América do Sul. A mostra reúne 85 obras dos mestres impressionistas, estilo de pintura que abrange o período de meados do século XIX ao início do século XX.
Realizada com apoio do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Lei Rouanet, a exposição atraiu 320 mil pessoas em São Paulo, com longas filas e espera de quatro a cinco horas. No Rio, onde o espaço do CCBB é mais amplo do que na capital paulista, a expectativa é de um público bem maior, principalmente no final do ano, quando a cidade recebe milhares de turistas para o Réveillon. A mostra ficará aberta de hoje (23/10) até 13 de janeiro de 2013 e a entrada é franca.
Participaram da cerimônia de abertura o secretário de Fomento e Incentivo à Cultura do MinC, Henilton Menezes; o presidente do Museu d ‘Orsay, Guy Cogeval; o diretor-geral do Instituto de Cultura da Fundação Mapfre, Pablo Jiménez Burillo; o vice-presidente de governo do Banco do Brasil, César Borges; e o governador do Estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral.
Também estiveram presentes a secretária de Cultura do Estado, Adriana Rattes; o vice-prefeito do Rio, Carlos Alberto Muniz; o cônsul da França no Rio, Jean-Claude Moyret; a coordenadora da exposição, Maria Ignez Mantovani; o chefe da Representação Regional do MinC, Marcelo Velloso; e as atrizes Fernanda Montenegro e Beth Goulart (apresentadora da cerimônia).

A exposição
A mostra reúne 85 obras dos mestres Claude Monet, Édouard Manet, Auguste Renoir, Paul Gauguin, Edgard Degas, Toulouse-Lautrec, Camille Pissaro, Vincent Van Gogh e Paul Cézanne, entre outros. A coordenadora da exposição, Maria Ignez Mantovani, estava feliz com o resultado do trabalho: “É uma coisa linda que o país tenha condições de receber um projeto desta excelência, com esta qualidade e amplo acesso popular”. Além do apoio do MinC, o evento conta com o patrocínio do Banco do Brasil e da seguradora Mapfre.



O impressionismo, que rompeu com o padrão realista na pintura, surgiu em meados do século XIX. Nesta época, a nova Paris, reformada segundo plano do Barão Von Haussmann, com amplos boulevares e espaços públicos, era o centro da vida cultural europeia. O novo espaço urbano atraiu a atenção dos pintores que nele encontraram diversos temas de inspiração, dando ênfase à luz e ao movimento.
A exposição se divide em vários módulos, que refletem este clima: Paris, cidade moderna; A vida parisiense e seus atores; Paris é uma festa; Fugir da cidade (que destaca a vida no campo nos arredores); A vida silenciosa (com telas intimistas, algumas com inspiração japonesa, egípcia ou medieval); e Convite à viagem ( com obras de Gauguin e seus discípulos, inspiradas na Bretanha) e, finalmente, Convite à viagem – O ateliê do Sul (que retrata a região do Sul da França).
O quadro central da exposição é ‘Tocador de Pífano’, de Édouard Manet. Além dele o espectador também poderá apreciar obras-primas como o ‘Lago das Ninfeias–Harmonia Verde’, de Monet; ‘O Banho’, de Alfred Stevens; ‘Jeunes filles au piano’, de Renoir; ‘Dançarinas subindo uma escada’, de Edgard Degas; ‘Colheita Dourada ou As medas amarelas’, de Gauguin; ‘Rochedo perto das grutas acima de Château Noir’, de Cézanne; e ‘La salle de danse à Arles’, de Van Gogh. A lista é longa e o visitante precisa de tempo para apreciar com calma as obras.
O museu d’Orsay é um dos mais importantes da França e seu acervo chega a 154 mil obras. Já o Brasil foi colocado pela publicação americana The Art Newspaper no ranking de países com as exposições mais visitadas do mundo em 2011. O país emplacou três na lista das dez mostras mais procuradas naquele ano. A primeira do ranking foi O Mundo Mágico de Escher, que atraiu mais de 570 mil pessoas ao CCBB do Rio de Janeiro. A expectativa é de que os impressionistas franceses ultrapassem esta marca nesta temporada.
(Texto: Heloisa Oliveira, Representação Regional RJ/ES/MinC)
(Fotos: Raphael Reis)

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CORRUPTECA: a biblioteca virtual da corrupção

Está no ar,  desde  01 de novembro de 2012, a CORRUPTECA, uma biblioteca digital que reúne artigos e notícias sobre corrupção. A biblioteca da corrupção foi desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa de Políticas Públicas da Universidade de São Paulo (Nupps-USP) e conta com o Acervo Digital do jornal O Estado de S. Paulo, que reúne notícias relativas ao tema desde 1875.

A ideia  central que levou à criação da biblioteca é  ampliar a pesquisa e o debate sobre os fenômenos da corrupção e seus impactos nas políticas públicas. Com acervo aberto ao público e formado inicialmente por cerca de 100 mil textos, a Corrupteca reúne a produção científica específica sobre corrupção extraída de periódicos científicos de 63 países.

O conteúdo oferece a jornalistas, pesquisadores e população em geral uma memória sobre os acontecimentos, além de organizar, classificar e arquivar a cobertura da imprensa sobre diversos casos de corrupção. O responsável pelo desenvolvimento tecnológico do projeto é o professor Giovanni Eldasi, segundo ele, em entrevista ao site Comunique-se: "Em uma única ferramenta de busca, encontra-se informação e produção científica sobre distintas práticas da corrupção, em diferentes épocas"

Para conhecer o projeto, basta acessar: http://corrupteca.vitis.uspnet.usp.br/