segunda-feira, 28 de maio de 2012

Ata da reunião de maio

O encontro de maio aconteceu no dia 27/05 às 18 horas na minha casa e contou com a presença de todo o grupo (eu, Marcelo, Marcos Godoy, Pauliane Godoy e Raphael Reis).
A obra do mês foi O Presidente Negro único romance de Monteiro Lobato, escrito em 1926 a obra é bastante polêmica e ilustra nossas discussões, já feitas neste blog, em outros momentos, sobre o ideal eugenista do autor.
A obra é, de certa forma, uma previsão do autor em relação ao nosso tempo, pois, em 1926, ele já imaginava a internet (que chamava de rádio comunicação), a eleição do primeiro presidente negro dos Estados Unidos e outras invenções que só alguém com imaginação fétil poderia criar em momento que o rádio e o cinema é que dominavam o mundo.
Vale a leitura para conhecer um pouco da cabeça fantasiosa e ao mesmo tempo tão lógica de Lobato.



A leitura do mês de junho será O amor Líquido do polonês Zygmunt Bauman. O encontro acontecerá dia 01 de julho às 18 horas na cafeteria Donnuts.

Atividades professor Fernando Hernandez


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PALESTRAS COM O
PROF. FERNANDO HERNÁNDEZ
(FACULDADE DE BELAS ARTES DE BARCELONA)

DIA 31 DE MAIO DE 2012

08 h – 12 h :
AULA: “CULTURA VISUAL E EDUCAÇÃO”
LOCAL: CENTRO DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR
Av. Getúlio Vargas, 200.

20 h :
CONFERÊNCIA: “ARTE, CULTURA VISUAL E EDUCAÇÃO”
LOCAL: MAMM (Museu de Arte Murilo Mendes)
Rua Benjamin Constant, 790. (antiga reitoria)

ENTRADA GRATUITA E ABERTA A ESTUDANTES, PROFESSORAS/ES E DEMAIS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO E DAS ARTES.


Biografia: doutor em Psicologia e professor de História da Educação Artística e Psicologia da Arte na Universidade de Barcelona. Tem 50 anos e há 20 se dedica a lutar pela inserção dos projetos didáticos na escola. Escreveu Transgressão e Mudança na Educação (Ed. Artmed).

O que ele diz: a organização do currículo deve ser feita por projetos de trabalho, com atuação conjunta de alunos e professores. As diferentes fases e atividades que compõem um projeto ajudam os estudantes a desenvolver a consciência sobre o próprio processo de aprendizagem.

Um alerta: todo projeto precisa estar relacionado com os conteúdos, para não perder o foco. Além disso, é fundamental estabelecer limites e metas para a conclusão do trabalho.

Reorganizar o currículo por projetos, em vez das tradicionais disciplinas. Essa é a principal proposta do educador espanhol Fernando Hernández. Ele se baseia nas idéias de John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo norte-americano que defendia a relação da vida com a sociedade, dos meios com os fins e da teoria com a prática. Hernández põe em xeque a forma atual de ensinar. “Comecei a me questionar em 1982, quando uma colega me apresentou a um grupo de docentes”, lembra. “Eles não sabiam se os alunos estavam de fato aprendendo. Trabalhei durante cinco anos com os colegas e, para responder a essa inquietação, descobrimos que o melhor jeito é organizar o currículo por projetos didáticos.”

Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/materias_296380.shtml

domingo, 27 de maio de 2012

Mais opiniões sobre o livro

O presidente negro


qua, 05/11/08
por Luciano Trigo |
categoria Artigo, Literatura, Todas
Romance premonitório de Monteiro Lobato, de 1926, foi acusado de racismo
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Já estou em Ouro Preto, aguardando o início do Fórum das Letras, daqui a pouquinho. Num primeiro passeio pela cidade, cheia de ladeiras e História, me peguei pensando na eleição do Barack Obama, algo inimaginável uma geração atrás. E ainda mais inconcebível na época em que Monteiro Lobato publicou seu livro O presidente negro e o choque das raças – inicialmente na forma de folhetim, nas páginas do jornal carioca A Manhã, em… 1926! O subtítulo era “Romance americano do ano 2228″, ou seja, Lobato errou em 220 anos, mas só a idéia de a América ter um presidente negro já bastaria então para classificar a obra no gênero ficção científica. O livro foi relançado recentemente pela editora Globo (212 pgs. R$28).




O narrador é Ayrton, funcionário da empresa paulista Sá, Pato & Cia. Após um acidente de carro, ele conhece Jane, filha do professor Benson, inventor do porviroscópio – um aparelho que permite prever o futuro. Assim ele fica sabendo da eleição do 88.° presidente americano. Três candidatos disputam o cargo: o negro Jim Roy, a feminista Evelyn Astor e o presidente Kerlog, candidato à reeleição. A diviisão da sociedade branca em partido masculino e feminino leva à eleição do candidato negro.



Mas a história não termina aí: os brancos engendram um plano diabólico: a esterilização dos indivíduos de raça negra, camuflada num processo de… alisamento de cabelos (!). Isso muito antes de inventarem a chapinha, o alisamento japonês etc.



“Desde já asseguro uma coisa: sairá novela única no gênero. Ninguém lhe dará nenhuma importância no momento, julgando-a pura obra da imaginação fantasista. Mas um dia a humanidade se assanhará diante das previsões do escritor, e os cientistas quebrarão a cabeça no estudo de um caso, único no mundo, de profecia integral e rigorosa até os mínimos detalhes”, escreveu Monteiro Lobato. Premonitoriamente, ele imaginou um futuro onde os jornais não são lidos no seu formato tradicional, em papel, mas em monitores luminosos existentes em cada casa. E onde um tipo de radiotransmissão de dados possibilitam realizar tarefas sem a necessidade de se deslocar para o trabalho.



Lobato acertou na evolução da ciência e no episódio da política, mas foi infeliz na análise social. O presidente negro foi gestado em apenas três semanas, como uma espécie de cartão de visitas de Monteiro Lobato ao mercado editorial americano, pelo qual esperava ganhar “um saco de dólares”. Nomeado adido comercial no consulado brasileiro em Nova York, ele explicou o livro em carta ao amigo Godofredo Rangel: “Acontecem coisas tremendas, mas vence por fim a inteligência do branco”. Na mesma carta, Lobato, que não era exatamente bonito, diz que a miscigenação criara uma classe de “corcundas de Notre Dame” nos subúrbios do Rio de Janeiro.

Lobato era coerente com as idéias em voga no seu tempo, e o livro combina a crítica social de H.G. Wells com as teses sobre superioridade racial degeneração e eugenia defendidas por Gustave Le Bon e muito populares na época. Naturalmente, o escritor pode ser hoje acusado de racismo e de fazer uma defesa da eugenia, por argumentar, através da boca de seus personagens, em defesa de uma sociedade saudável, homogênea e ordeira, sem deficientes etc. Mas racista, na verdade, era a época em que ele vivia – da mesma forma, aliás, que era escravagista a época de José de Alencar, hoje cruficificado por defender a escravidão em meados do século XIX, quando não fazia mais que dar voz ao pensamento dominante de seu tempo.
De qualquer forma, o livro não agradou, como o próprio autor escreve, em nova carta a Godofredo Rangel: “Meu romance não encontra editor. (…) Acham-no ofensivo à dignidade americana. (…) Errei vindo cá tão verde. Devia ter vindo no tempo em que eles linchavam os negros.”

terça-feira, 15 de maio de 2012

Participação dos jovens na política

Raphael Reis, membro do grupo Prazer da Leitura, esteve hoje na 3ª Semana de Ciências Sociais da Escola Estadual Antônio Carlos (EEAC) discutindo a participação dos jovens na política. 

O debate é de suma importância para conscientizar os jovens de que a política é feita todos os dias, em nossos atos cotidianos.


http://megaminas.globo.com/2012/05/15/participacao-dos-jovens-na-politica-e-discutida-em-escola-de-juiz-de-fora

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Repensar a Universidade: ciclo de debates UFJF

Na última semana de maio, a UFJF promove a segunda edição do seminário “Repensar a universidade: renovar a prática acadêmica”. O objetivo do encontro é propor uma reflexão acerca da evolução da busca pelo conhecimento dentro da universidade através de debate entre seus atores.
O evento ocorre entre os dias 28 de maio e 1º de junho, sempre às 19h, no Anfiteatro da Reitoria. A participação, gratuita, é aberta a toda a comunidade acadêmica, mediante inscrição. Os interessados podem acessar o formulário de inscrição e a programação do evento, clicando aqui. É possível participar de cada uma das palestras separadamente.
Segundo o pró-reitor de Graduação e organizador do evento, Eduardo Magrone, “a ideia do seminário é fazer com que a instituição pare para pensar nela mesma, e possa decidir sobre as mudanças necessárias com mais densidade, mais profundidade, sabendo exatamente aquilo que está fazendo. Buscamos realizar um debate sobre as mudanças que estão ocorrendo no ensino universitário, tanto brasileiro quanto estrangeiro”.
Em setembro do ano passado, a UFJF promoveu a primeira edição do seminário. Na ocasião, foram apresentadas questões como o modelo universitário da Europa, avaliações aplicadas e interdisciplinaridade. “Apesar de contarmos com uma presença qualificada em 2011, esperamos atingir um público maior nessa edição”, diz Magrone. Ainda segundo ele, a soma dos debates das duas edições resultará em um livro, que pode servir como instrumento às direções pedagógicas em suas próximas decisões relativas às adequações no ensino universitário.
Programação
Durante a programação, diferentes temas serão colocados em pauta. No primeiro dia, o reitor Henrique Duque abrirá o ciclo de palestras juntamente com Eduardo Magrone. Em seguida, o professor Aloísio Teixeira, ex-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) apresenta o tema “O que é uma universidade?”.
Na terça-feira, a professora francesa Anne Marie Autissier, da Universidade de Paris VIII, fará uma exposição sobre os rumos das universidades europeias em meio à crise. O coordenador de Programas de Pós-graduação Stricto Sensu da UFJF, Alexander Moreira de Almeida, ficará responsável por apresentar o panorama nacional e secretária de Comunicação da UFJF, Christina Musse, media o debate.
No terceiro dia, a coordenadora de Formação de Professores e Políticas educacionais da UFJF, Maria Assunção Calderano e a professora Célia Nunes, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop), debaterão na mesa “Os desafios da formação de professores na universidade do século XXI”. A ideia é observar as mudanças no modelo de ensino dos dias atuais, e as adequações necessárias na maneira de lecionar dos docentes. A mediação fica por conta da professora do Departamento de Educação da UFJF Diva Chaves Sarmento.
Na quinta-feira, ocorrem dois debates bastante pertinentes na atualidade. O primeiro, intitulado “A universidade como fator de transformação das comunidades”, será ministrado pelo líder indígena Ailton Krenak. Já o segundo traz o líder do grupo Educafro, Frei David, para discutir as cotas. “As universidades brasileiras adotam uma meritocracia justa ou injusta? Como as ações afirmativas/cotas ajudam nesta reflexão?” será o tema da mesa mediada pelo professor do Departamento de Educação Julvan Moreira de Oliveira.
Encerrando as atividades do seminário, no dia 1º de junho, os professores Dilvo Ristoff, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e Vera Lúcia Jacob Chaves, da Universidade Federal do Pará (UFPA), estarão na mesa “Perspectivas atuais para a universidade brasileira”, sob a mediação do pró-reitor de Magrone.
Segundo Magrone, a presença de docentes de diferentes instituições e de pessoas que não são ligadas diretamente à universidade é um fator enriquecedor. “Queremos palestrantes que tragam pontos de vista plurais, heterogêneos e até mesmo conflitantes com os nossos, o que é muito bom para realizar um espaço de debate”, conclui.
Outras informações: (32) 2102-3914 (Pró-reitoria de Graduação)

Fonte: http://www.ufjf.br/secom/2012/05/11/ciclo-de-palestras-e-debates-irao-repensar-a-universidade-a-partir-do-dia-28/

terça-feira, 1 de maio de 2012

"O inferno são os outros!"

O livro do mês de setembro de 2011 do Grupo Prazer da Leitura foi Entre Quatro Paredes do escritor e pensador existencialista Jean-Paul Sartre. Para alguns do grupo essa foi considerada a melhor obra de 2011, para outros, uma das melhores.


No último domingo (29/04), ao chegarmos para a discussão do livro de poesias de Afonso Romano de Sant'anna Sísifo desce a montanha, o nosso anfitrião, Marcos Godoy, nos convidou a acompanhá-lo, depois de nosso encontro, ao GTMG, onde ocorreria uma livre adaptação do texto de Sartre. Discutir um livro que trata da vida e dos medos da morte e depois assistir a uma peça que ilustra o outro lado da vida pareceu-nos bastante interessante para um início de noite de  domingo.



Apesar de morar em Juiz de Fora desde que nasci (com alguns períodos fora da cidade), nunca havia ouvido falar do Grupo de Teatro Mendes Guttierrez que funciona, desde 1994, num prédio antigo na rua Barão de Santa Helena, no bairro Granbery, próximo ao centro da cidade.

A peça em questão chama-se Infernos e faz parte de um projeto chamado Nesta sexta tem teatro - sempre no último fim de semana de cada mês o grupo apresenta uma mesma montagem na sexta-feira, sábado e domingo. A próxima acontecerá 25, 26 e 27 de maio e tem o nome de Fala Comigo...

Bem, depois de todo esse nariz de cera, vamos à peça: Como é assistir uma adaptação de uma obra tão complexa e admirada? Pois é, vi que algumas falas foram fiéis ao livro, isso me fez voltar à leitura e reviver o que eu havia lido. Porém, o livro é bastante forte e as atrizes, muito jovens, nem sempre deram o tom esperado, pelo menos para quem já conhecia a obra,  por exemplo, a fala central do livro "o inferno são os outros" saiu quase sem querer, quase não foi notado, faltou mais dramaticidade, talvez um tom a mais, um olhar diferente.

Outras duas questões importantes: na adaptação, trocou-se uma personagem masculina (essencial no texto de Sartre, pois traz a luxúria) por uma personagem feminina, sendo assim três mulheres dividiram o mesmo "quarto" e não duas mulheres e um homem, como no texto original, isso, de certa forma, fez o texto diminuir e perder um pouco a sua essência; pois retirou-se falas que representavam as "angústias" ou estereótipos masculinos; ao mesmo tempo,  a discussão sobre a nossa necessidade de nos olharmos no espelho e nos sentirmos sempre bonitos ou "bem" para os outros foi reduzido e não teve a mesma dimensão da obra original.

Um segundo elemento importante, que retrata  uma questão antiga: toda adapatação é uma interpretação do adpatador e, daí talvez, esteja o grande "erro" de concepção da peça: a ideia de Sartre é ilustrar   o inferno na concepção dele, na adaptação juiz-forana o inferno vira um manicômio. Na última cena, as três personagens aparecem com suas camisas de força, como se tudo visto e vivido não tivesse passado de uma grande loucura, enquanto Sartre quer mostrar um possível desfecho da vida, ou o outro lado da vida,  a adaptação nos leva a refletir, como mesmo aparece no panfleto da peça:  "o espectador entender um pouco mais sobre a dinâmica da vida!"

De qualquer forma, penso que as adaptações, tanto as teatrais como as cinematográficas, são formas de fazer com que o espectador seja apresentado às obras literárias que não chegam ao grande público. Tenho certeza de que alguns dos 40 espectadores (contagem feita pelo Raphael e pelo Marcos) que assitiram à peça saíram da peça com vontade de ler o livro de Sartre. Neste ponto, penso que a peça contribui com o incentivo à leitura e isso já é um enorme mérito dos artistas que montaram, adaptaram e interpretaram aquela peça. 

                                                    Carla Machado 

FILME: MEU PAÍS

http://www.cineclick.com.br/filmes/ficha/nomefilme/meu-pais/id/16551

Vale a pena conferir. O filme traz de forma muito especial a relação familiar e afetiva. Aborda sem clichês e sutilidade o que é amar e a relação, que eu considero visceral, entre irmãos.