quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Próxima Leitura: O Manifesto Comunista

Prepara o café e o pão de queijo! No próximo domingo (25/08) vamos receber duas visitas ilustres: os jovens Marx e Engels.
Dando prosseguimento a tríade de leituras do Grupo Prazer da Leitura (Literatura Brasileira, Literatura Estrangeira e Ciência Humanas), no último encontro foi escolhida a obra “O Manifesto Comunista”, dos pensadores supracitados.
Compartilhamos a ideia de que boas obras, principalmente, aquelas consideradas como “clássico”, permite reflexões, discussões, pontos de vista distintos, e, especificamente, a fazer uma leitura do presente a partir de e com ela -, não tenho a menor dúvida que este encontro permitirá isso tudo e mais um pouco!
Como provocação inicial: será que o Manifesto tem algo a nos dizer? Se tem algo a nos dizer, o que seria? Se não tem nada a dizer, é o fim da história e da sociedade de classes? Vivemos numa sociedade sem classes ou viveremos?
Bem, o Manifesto do Partido Comunista representa uma fase da vida dos autores, na qual são construídos conceitos fundamentais: materialismo histórico, materialismo dialético, teoria da luta de classes, papel revolucionário do proletariado e comunismo.
Independente de concordar ou não com as concepções, o fato é que o "Manifesto" é fruto de um contexto histórico muito importante, pois foi elaborado pelo movimento proletário, orientando o posicionamento e atuação da Liga Comunista. Além disso, foi inspiração a futuros partidos proletários e à revolução bolchevista de 1917, portanto, só por estes fatores, se constituí como um dos principais documentos históricos até hoje produzido.
Por fim, finalizo este aperitivo com Hobsbawm:
“Não obstante, se hoje nos impressiona a agudeza com que o Manifesto anteviu o futuro, então remoto, de um capitalismo enormemente globalizado, o insucesso de outra de suas previsões é igualmente digno de nota. Está agora evidente que a burguesia não produziu ‘principalmente seus próprios coveiros’ no proletariado. ‘Sua queda e a vitória do proletariado’ não se mostraram ‘igualmente inevitáveis’. O contraste entre as duas metades da análise do Manifesto em sua parte intitulada ‘Burgueses e Proletários’ pede maiores explicações depois de 150 anos”.
Àqueles que se interessarem, fica a dica de leitura do livro “Como mudar o mundo", de Eric Hobsbwm”.

Para o encontro, aguardamos a presença dos “companheiros”, além deste que vos fala: Marcelo Novais, Paulo Tostes, Wanessa, Joselaine, Carol e Messias.

Os integrantes Carla Machado e Marcos Godoy, infelizmente, estarão ausentes para este encontro.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

ÚLTIMO ENCONTRO LITERÁRIO (ATA)

Marcado por um profundo mergulho na Juiz de Fora dos anos 40, o nosso último encontro literário ocorreu no dia 04 de agosto de 2013 na Planet Music de 18 às 20 horas, onde discutimos a obra Os Anos 40: a ficção e o real de uma época de Rachel Jardim. Participaram do encontro Paulo Toste, Rafael Reis e eu, Marcelo Novais.

O encontro começou com uma breve análise sobre a forma memorialista da obra, assim como a relação da autora com este estilo literário e também uma breve comparação sobre a sua forma memorialista de escrever em relação às memórias escritas por Pedro Nava e Murilo Mendes, seus conterrâneos e de quem a autora demonstra uma certa admiração. Enquanto Murilo Mendes, segundo  análise de grupo, apresenta as memórias juizforanas de uma maneira quase ufanista, apresentando aquilo que de mais moderno, efervecente e progressista caracteriza a cidade, Rachel Jardim constrói uma memória da cidade, onde se destacam as características psicológicas e sociais de uma socieade típica de uma época. Aqui, em Os Anos 40, o marcante na obra são as características dos personagens, os seus comportamentos, os seus hábitos que delimitam e marcam os valores de uma época  por vezes questionados pela autora.

Os Anos 40 é uma obra que fala de tradição e mineiridade, não deixando de abordar a sua forma peculiar de religiosidade, assim como a dificuldade de se adequar aos novos valores que se iniciam naquela época. É uma época de conflito, onde o natural movimento da mudança enconta suas barreiras em uma forte tradição que estabelece raízes com o processo de formação histórico-social de uma socidade "tipicamente mineira".  Não é uma obra de memórias simples, mas são as memórias urbanísticas, industriais, culturais e psico-sociais de uma cidade que procura, ao mesmo tempo, afirmar e reavaliar a sua identidade. Neste sentido ela se apresenta mais atual do que nunca. E para o entendimento e compreensão da cidade, tanto de seu passado, quanto de seu presente, merece muito ser lida.

O próximo encontro será também na Planet Music, no dia 25 de agosto de 2013 às 18 horas.

A próxima obra escolhida foi o Manifesto Comunista, de Karl Marx.

Tenhamos todos uma ótima leitura.  

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A OBRA DO MÊS Os Anos 40: a ficção e o real de uma época, de Rachel Jardim

A obra literária escolhida para este mês de julho foi Os Anos 40:  a ficção e o real de uma época. A leitura de Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, entre outras percepções, nos fez atentar para a necessidade de conhecer um pouco mais sobre o espaço urbano (Juiz de Fora) convivido e compartilhado por nós. Neste sentido, não poderia ter havido melhor escolha. A escolha deste "romance memorialista" nos dá a oportunidade de viajar por uma Juiz de Fora dos anos 40 marcada pela sua efervescência e tradição cultural, por uma sociedade urbano-industrial em que o nome Manchester Mineira ainda fazia jus à cidade.

Rachel Jardim nasceu em Juiz de Fora, Minas Gerais, aos 19 de setembro de 1926, onde passou toda sua infância. Passou uma temporada em Guaratinguetá, interior paulista, e em 1942 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito pela Puc-RJ. Ingressou-se  no funcionalismo público. Fez estágios em museus de Nova York e, de volta ao Brasil, dirigiu o Patrimônio Cultural e Artístico do Rio de Janeiro. Colabora com a imprensa (Jornal do Brasil, Suplemento Literário do Minas Gerais e correio do Povo - RS).

No entanto, Rachel Jardim se notabiliza mesmo é na literatura. Autora de várias obras literárias, sofreu forte influência de grandes nomes desta área como Machado de Assis, Carlos Drummond de Andrade, Proust, Pedro Nava - de quem é grande admiradora -, Cecília Meireles, Virgínia Woolf, entre outros.

"Os Anos 40": a ficção e o real de uma época foi o seu primeiro livro. Lançado em 1973, em uma fase já adulta da autora, é uma narrativa ficcional e memorialista de uma Juiz de Fora dos anos de 1940, onde se percebe a mistura de uma efervecência cultural de vanguarda com uma tradição sócio-familiar tipicamente mineira. Com esta obra Rachel Jardim se junta aos principais autores memorialistas de Minas Gerais, juntamente com Murilo Mendes e Pedro Nava.

Entre as suas obras mais importantes, além de "Os Anos 40"  (1973), estão Cheiros e Ruídos (contos), 1982; Cristaleira Invisível (contos), também de 1982; Vazio Pleno (Relatório do cotidiano), 1976; Inventário das Cinzas (Romance), 1980 - considerado pela autora o seu  livro mais cruel e uma de suas melhores obras -; O Penhoar Chinês (Romance), 1985 e Num reino à beira do rio (Um caderno poético de Murilo Mendes). Funalfa Edições. Juiz de Fora, 2004. Considerado pela autora sua melhor obra.  

Ótima leitura a todo(a)s!!!