"O tema primordial do livro consiste numa história institucional do papado entre os séculos XI e XIII. Assim estabelecida na sua aparente simplicidade, a obra em questão poderia parecer pretender remeter os seus leitores ao Oitocentos e à culminância dos discursos oficiais do poder. Ledo e absoluto engano! Seu autor restabelece uma “temática de outrora” em bases conceituais radicalmente outras. Desta perspectiva primordial inovadora decorre uma segunda e a meu juízo ainda maior contribuição, nesse caso à História Medieval, na medida em que restabelece de forma muito mais equilibrada e plena a abordagem de um dos temas mais caros aos especialistas do período em questão: Leandro Rust promove uma profunda revisão crítica do suposto “programa ou projeto reformador” levado a cabo pelo Papado durante a Idade Média Central, mais conhecido do público leitor pelo pomposo e vigoroso título de Reforma Gregoriana." (da Apresentação, por Mário Jorge da Motta Bastos)
Este é o blog do Grupo Prazer da Leitura, o qual tem como objetivo a divulgação de seus encontros presenciais, bem como a disponibilização de informações relacionadas à literatura, à cultura e assuntos acadêmicos.
terça-feira, 29 de novembro de 2011
Lançamento do livro: Colunas de São Pedro: a política papal na Idade Média Central, do Profº. Dr. Leandro Rust
"O tema primordial do livro consiste numa história institucional do papado entre os séculos XI e XIII. Assim estabelecida na sua aparente simplicidade, a obra em questão poderia parecer pretender remeter os seus leitores ao Oitocentos e à culminância dos discursos oficiais do poder. Ledo e absoluto engano! Seu autor restabelece uma “temática de outrora” em bases conceituais radicalmente outras. Desta perspectiva primordial inovadora decorre uma segunda e a meu juízo ainda maior contribuição, nesse caso à História Medieval, na medida em que restabelece de forma muito mais equilibrada e plena a abordagem de um dos temas mais caros aos especialistas do período em questão: Leandro Rust promove uma profunda revisão crítica do suposto “programa ou projeto reformador” levado a cabo pelo Papado durante a Idade Média Central, mais conhecido do público leitor pelo pomposo e vigoroso título de Reforma Gregoriana." (da Apresentação, por Mário Jorge da Motta Bastos)
domingo, 27 de novembro de 2011
Festival Primeiro Plano começa nesta segunda-feira, 28

Festival Primeiro Plano apresenta seis longas e mais de 50 curtas
Intitulado Olhar de novo, começa na segunda-feira (28 nov.) e vai até sábado (03 dez.), o Festival Primeiro Plano de cinema, de juiz de Fora.
O evento acontecerá no Alameda - rua Morais e Castro, Alto dos Passos, com sessões às 15, 17, 19 e 21 horas.
As mostras estão divididas em competitivas regionais e nacionais, além da primeira sessão diária que é a sessão escola, com o objetivo de formar novos espectadores para a sétima arte.
Este ano, foram selecionados 50 curtas e seis longas que estarão concorrendo aos prêmios do festival, além da exibição dos filmes, haverá oficinas e um intenso debate acerca do cinema.
Comemorando os 10 anos do Festival, acontecerá também uma votação do melhor dos melhores de todos os tempos, em que o público poderá votar e escolher o melhor curta entre os curtas vencedores das edições anteriores, realizadas entre 2002 e 2010. o curta eleito melhor dos melhores será exibido no último dia do festival em sessão comemorativa, em que os idealizadores receberão serão premiados.
Vale a pena conferir a programação que está no site do festival: http://www.primeiroplano.art.br/2011/
sábado, 26 de novembro de 2011
CRIME E CASTIGO NO CINEMA

terça-feira, 22 de novembro de 2011
3º Festival de Cenas Curtas JF
3º Festival de Cenas Curtas de JF - Oito esquetes disputam R$ 10 mil em prêmios
Cenas finalistas:
1. O espelho d’outro lado da rua
2. Saída de emergência
3. Como descascar cebolas sem chorar
4. Cartas de amor ao próximo
5. Teófilo - Um sonho de liberdade
6. Você é algo assim
7. Klaus e a chave tetra (foto)
8. Pandora e Panacéia
Na edição 2011, o Festival de Cenas Curtas de Juiz de Fora, promovido pela Prefeitura de Juiz de Fora/Funalfa sofreu alterações nas regras, aceitando somente textos e encenação inéditos, com o tempo mínimo de cinco minutos e máximo de 15 minutos. Direcionado a artistas, grupos e companhias de Juiz de Fora, amadores ou profissionais, a iniciativa tem como objetivos promover a atividade teatral no município, incrementar o intercâmbio entre grupos e artistas da cidade, destacar e divulgar novos talentos, valorizar as artes cênicas, estimular novas formas de dramaturgia, encenação e produção, além de impulsionar as manifestações culturais na cidade.
*Informações com a Assessoria de Comunicação da Funalfa, pelos telefones 3690-7044 / 7045.
FUNALFA
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Crime e Castigo: a obra do mês e do ano!

A fantasmagoria torna-se realidade quando o jovem mata não apenas a anciã, mas também a meia-irmã demente da própria anciã. Depois que os crimes são cometidos, o destino de Raskolnikov é traçado nos encontros mantidos com os três personagens principais do romance. A primeira é Sônia, jovem pura e angelical que se entregara à prostituição como meio de prover aos irmãos indigentes. O outro é Porfírio Petrovich, esperto investigador de polícia, nêmese implacável de Raskolnikov. O terceiro é o mais fascinante dos três, Svidrigailov, monumento ao solipsismo niilista e à volúpia.continua sendo o melhor dos romances de suspense, quase um século e meio após ter sido lançado. É preciso ler o romance — embora seja tão angustiante — porque, conforme ocorre com Shakespeare, trata-se de uma obra que altera a nossa consciência. Ainda que muitos de nós neguem o niilismo das grandes tragédias de sangue shakespearianas — Hamlet, Otelo, Rei Lear e Macbeth —, as mesmas constituem a origem inegável dos grandes niilistas de Dostoiévski: Svidrigailov; Stavrogin, em Os Possessos (Os Demônios); e o velho Karamazov, o pai em Os Irmãos Karamazov. Jamais saberemos qual era a verdadeira crença (ou descrença) de Shakespeare, ao passo que Dostoiévski se torna um reacionário do clericalismo, a um ponto quase inconcebível. Porém, especialmente no caso de Crime e Castigo, devemos seguir a máxima de D. H. Lawrence: confia no conto, não no contista.Crime e Castigo. Nesse tempo cristão, que estaria além da civilização conforme por nós é conhecida, seria possível escrever romances? Presumivelmente, deles não necessitaríamos. Tolstoi, que queria ver Dostoiévski como uma Harriet Beecher Stowe da Rússia, insistia em preferir A Cabana do Pai Tomás a Rei Lear.Os Irmãos Karamazov. O arrependimento de Raskolnikov é sincero, no Epílogo pouco convincente do romance, quando o personagem se rende à figura de Madalena, encarnada por Sônia, esperando uma ressurreição, da morte à salvação, conforme se dá com Lázaro. Mas como a recalcitrância trágica de Raskolnikov está, inextricavelmente, presa ao ímpeto heróico de Dostoiévski, no sentido de escrever grandes tragédias, o leitor não se convence muito dessa tardia humildade cristã da parte de Raskolnikov. Dostoiévski é mestre em introduções, perito em desenvolvimento da ação, mas, surpreendentemente, um tanto ou quanto fraco em conclusões considerando-se que seu temperamento apocalíptico (ao que se supõe) deveria torná-lo bem versado em questões finais.Crime e Castigo serão levados a refletir sobre a possibilidade de uma divisão não apenas em Raskolnikov mas no próprio Dostoiévski, e podem chegar à conclusão de que a recalcitrância do autor, de ordem dramática, e não moral-religiosa, faz com que ele relute em transformar Raskolnikov em um ser redimido.Crime e Castigo, de súbito, vem-me à mente Svidrigailov, e estremeço diante da explicação que ele oferece, no momento em que puxa o gatilho e se suicida, dizendo: “Para a América”. Temos aqui o pós-niilista (niilista apenas não basta) que afirma a Raskolnikov a existência da Eternidade; é como um banheiroimundo, em meio aos campos russos, infestado de aranhas. O pobre Raskolnikov, diante da terrível realidade encarnada pelo mais que derrotado Svidrigailov, pode ser perdoado por almejar uma visão mais confortadora, a despeito de nela acreditar ou não.Rei Lear), este último, outro sensualista frio. Nascido em 1821, Dostoiévski associa o perturbador Svidrigailov a Lord Byron, que se tornara imensamente popular na Rússia, pela ação de Pushkin, à época o “poeta nacional” (e que precedeu Dostoiévski e Turgenev na admiração por Shakespeare). A volúpia criminosa de Svidrigailov, instigada, especialmente, por meninas, é uma degradação das tendências de Edmundo e Byron. Mas Raskolnikov, apesar de tudo, está longe de se tornar um Svidrigailov, assim como o assassino — embora sempreNós talvez não assassinássemos velhotas ou monarcas bonachões; porém, como, até certo ponto, somos Raskolnikov e Macbeth, dependendo das circunstâncias, quem sabe, seríamos capazes de fazê-lo? Assim como Shakespeare, Dostoiévski nosMacbeth e Crime e Castigo são tragédias deveras assustadoras, que não nos purgam de qualquer sentimento de compaixão, quanto mais de terror. Revertendo a idéia aristotélica da catarse (que possui natureza sociológica e médica), Macbeth, que faz com que Crime e Castigo ultrapasse o ponto de nos deixar deprimidos, enquanto vivemos aquele inóspito verão em Petersburgo, no qual o pesadelo fantasmagórico se transforma em realidade. Todas as paredes parecem pintadas de um tom mórbido de amarelo, e o horror de uma metrópole moderna é retratado com uma intensidade que faz lembrar Baudelaire, ou Dickens, nos momentos menos afáveis. Chegamos a sentirCrime e Castigo — torna-se: o que leva Raskolnikov a se tornar um assassino? O personagem tem uma série de qualidades positivas; no fundo, seus impulsos são decentes, verdadeiramente, humanos. Espanta-me a noção do eminente romancista contemporâneo italiano Alberto Moravia, de que Raskolnikov seria um precursor dos comissários de Stalin, mais conhecidos como opressores de terceiros do que como indivíduos propensos à auto-recriminação.precede os crimes por ele cometidos. Duvido, porém, que ele encarne uma versão grosseira da vontade de sofrer constatada em Sônia. Tampouco é Raskolnikov um duplo, passivo, de Svidrigailov, cujo sadismo malévolo é um véu que encobre o “Para a América” — ou seja, o suicídio. É, praticamente, impossível separar Raskolnikov de Dostoiévski, que, aos vinte e oito anos, esteve oito meses encarcerado em cela solitária, por pertencer a um grupo político radical. Condenados à morte, Dostoiévski e companheiros chegaram a se ver diante de um pelotão de fuzilamento, recebendo a comutação da pena na última hora. Seguiram-se, então, quatro anos de trabalhos forçados na Sibéria, período em que Dostoiévski se tornou um reacionário consumado, além de monarquista, e devoto seguidor da Igreja Ortodoxa Russa.crimes, e o tribunal tê-lo considerado, pelo menos, em parte, mentalmente desequilibrado, especialmente nos momentos em que cometera os assassinatos. Não consigo ver como um leitor comum, de mente aberta, poderia definir, com um mínimo grau de certeza, a motivação das transgressões de Raskolnikov, no sentido corrente da palavra “motivação”. A perversidade, tão arraigada em Svidrigailov, lago e Edmundo, ocupa pouco espaço nas psiques de Raskolnikov e Macbeth, o que torna a queda desses personagens ainda mais aterrorizante. Tampouco adianta-nos procurar em Raskolnikov e Macbeth indícios do Pecado Original. Ambos sofrem de uma imaginação intensamente profética. Quando se vêem frente a uma ação que lhes oferece a possibilidade de ganho pessoal, atiram-se a ela, imaginam ter cometido os crimes, e sofrem da culpa decorrente. Quando a imaginação é assim tão intensa e a consciência tão culpada, o assassinato,Crime e Castigo não deixa de ser um tanto tendencioso, falha sempre presente em Dostoiévski, autor aguerrido, cuja perspectiva contundente fica sempre explícita em tudo aquilo que escreve. Seu propósito é soerguer-nos, como Lázaro, do nosso niilismo ou ceticismo, e converter-nos à Ortodoxia. Eminentes escritores, como Tchekhov e Nabokov, não o toleravam; para tais escritores, Dostoiévski não era um artista, mas um pseudoprofeta de voz estridente. Do meu ponto de vista, Crime e Castigo, a cada leitura, é uma provação, de uma intensidade terrível, e um tanto perniciosa, como se fosse um Macbet composto pelo próprio Macbeth. Raskolnikov nos magoa porque não conseguimos dele nos livrar. Sônia me parece bastante intolerável — nem mesmo Dostoiévski foi capaz de criar um santo que fosse racional. Sônia me faz estremecer. Mas é extraordinário que Dostoiévski nos tenha oferecido dois personagens coadjuvantes tão expressivos como Porfírio, o inspetor de polícia que se torna grande antagonista de Raskolnikov, e Svidrigailov, figura extremamente plausível, dotada de um charme infindo. Porfírio, experiente investigador, é uma espécie de pragmatista, um utilitário que acredita na possibilidade do bem maior, para a maioria, através do exercício da razão. Suponho que qualquer leitor, inclusive eu, haveria de preferir a companhia de Porfírio à do perigoso Svidrigailov para um jantar, mas acho que Dostoiévski preferiria Svidrigailov.
Obs.: indico a edição da Editora 34, com tradução do Professor Paulo Bezerra. É a única tradução diretamente do russo para o português - as demais são feitas do francês. É uma excelente edição!
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
3º Sarau Contemporâneo
- Assunta Forneria (Ladeira Alexandre Leonel, 221 - loja 301 - Spazio Design - Estrela Sul.)
Telefones: (32) 3236-5471
Site: http://www.assuntaforneria.com.br - Quando: 10/11 (quinta) - 19:00
- Classificação: Livre
- Gênero: Sarau
- Contato: (32) 9919-8777
- Quanto: Gratuito
- Artes Plásticas - Adauto Venturini
- Pintura em Tecido - Alexandre Gaudereto
- Bolsas - Angela Almeida
- Moda - Bia Simões
- Instalação e Alfaiataria - Marcelo Blade
- Pintura - César Balbi
- Máscaras e Mandalas - Cris di Spirito
- Patchwork - Débora Batitucci
- Pedras exóticas em design - James Bezerra
- Canto - Luiz Gamonall e Débora Schimitz
- Dança - Rodrigo Cabaral Gabriel e Natália Paleta Salazar
- Performance - Silvana Marques