quarta-feira, 19 de junho de 2013

A OBRA DO MÊS

 A obra literária deste mês é As Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, um  dos mais importantes escritores italianos do século XX.                            

Filho de pais italianos e considerado por muitos como um dos mais importantes escritores italianos do século XX, Ítalo Calvino nasceu em Santiago de Las Vegas (Cuba) em 23 de outubro de 1923. Logo depois, com apenas dois anos de idade mudou-se para a Itália, onde recebeu educação laica e ingressou-se na Faculdade de Agronomia da Universidade de Turim, continuando seus estudos na Universidade de Florença.
Chamado a participar do começo da Segunda Guerra Mundial, Ítalo Calvino recusou-se, passando a atuar na clandestinidade e a integra as Brigadas Garibaldi, um grupo político de tendência comunista. Finalizada a Segunda Grande Guerra, o autor mudou-se para Turim, abandou seu curso inicial, ingressou no curso de Letras, carreira em que licenciou-se e doutorou-se com uma tese sobre  Joseph Conrad, passando a colaborar com diversos periódicos. Filiou-se ao Partido Comunista e começou a trabalhar no Departamento de Publicidade da Editorial Enaudi, onde entrou em contato com intelectuais de esquerda, publicando sua primeira novela em 1947 e continuando sua carreira literária desde então.
Somente a partir dos anos de 1950 Calvino começaria a escrever as obras que o tornaram famoso internacionalmente. Seus primeiros grandes sucessos são "O Visconde Partido ao Meio" (1952), "O Barão nas Árvores" (1957) e "O Cavaleiro Inexistente" (1959).
Em 1957, Calvino se desliga do Partido Comunista. Em 1972, publica "Cidades Invisíveis" – considerada pelo próprio autor uma de suas mais importantes obras - ;  "Se um Viajante numa Noite de Inverno", de 1979, explora com ironia a relação do leitor com a obra literária. "Palomar" é de 1983. Traduzidos para inúmeras línguas, os três têm lugar de destaque no repertório da literatura pós-moderna da Europa.
Calvino morreu em 1985, consagrado como um dos mais importantes escritores italianos do século 20. Entre seus muitos outros livros incluem-se "Seis Propostas para o Próximo Milênio", "Amores Difíceis" e "O Castelo dos Destinos Cruzados".
                    

SOBRE A OBRA

Cidades Invisíveis, reconhecida pelo autor como uma de suas obras mais importantes, relata as impressões do mais famoso viajante veneziano ao imperador Kublai Khan sobre as cidades por onde passa. O que surge ao longo do livro é uma geografia fantástica, onde a vertigem do detalhe leva a mais abrangente simbologia, onde a rapidez e a concisão do estilo é acompanhada do tom encantatório próprio das fábulas e contos populares. Os lugares que Marco descreve sofrem refrações da memória, as duplicidades do espelho, as insaciabilidades do desejo.
Dialogando com o Realismo Mágico de Jorge Luiz Borges, de quem o autor é declaradamente admirador e, portanto um dos responsáveis pela difusão e importância do autor argentino na Itália, Calvino adverte que As Cidades Invisíveis não deve ser devorada com a avidez de querer saber o que irá acontecer depois, mas saborear lentamente cada texto em si mesmo. Nas palavras do autor “ De uma cidade, não aproveitamos as sete ou setenta e sete maravilhas, mas a resposta que dá às nossas perguntas”[...]  “ Se meu livro As Cidades Invisíveis continua sendo para mim aquele em que penso haver dito mais coisas, será talvez porque tenha conseguido concentrar em um único símbolo todas as minhas reflexões, experiências e conjecturas”

Uma ótima leitura a todo (a)s!!!


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