sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Livro do mês (agosto de 2011)


O livro se desencadeia a partir da morte da Srª. Meursault no asilo. Seu filho, Meursault, cuja história é o enredo do livro, vai ao enterro da mãe, porém, não mostrava expressão de tristeza pelo falecimento dela. No dia seguinte ao enterro, Meursault já estava na cama com uma mulher, mal lembrava-se do falecimento da mãe, apesar de alegar que gostava muito dela.
Essa mulher, Marie, com a qual ele passa noites calorosas após o falecimento de sua mãe, será sua amante até o fim do livro. Nesse meio tempo, ele faz amigos como
Raymund. Um dia, nas férias, perdidos, Raymund e Meursault se encontram no deserto, por estarem com receio de que um árabe, um antigo desfeto de Raymond. Este apareceu, porém, Meursault sacou a arma e atirou uma vez; aproximou-se do cadáver e disparou mais tiros, de maneira mecânica, fruto de um acaso.
Meursault foi preso. Passando por um longo processo de averiguações, porém, ele não sabe explicar direito o que lhe fez disparar no árabe depois do primeiro tiro. Estava apático e praticamente diante de sua própria prisão e das  acusações que sofria. Em uma destas, destaca uma: quando acusam-no de frieza em relação à sua própria mãe, retomando o fato inicial da história, o abandono no asilo, apatia à
morte dela; Meursault tenta esquivar da acusação, mas, não consegue, pois não reponde quantos anos sua própria mãe tinha naquele ano em que ela falecera. Ele é julgado e condenado à morte, agindo com apatia até o cumprimento de sua pena.

Não seria errado ler "O Estrangeiro" como a história de um homem que, sem nenhuma atitude heróica, aceita morrer pela verdade. Meursault para mim não é um perdido, mas um homem pobre e nu, apaixonado pelo sol que não faz sombra. Longe de ser privado de toda sensibilidade, uma paixão profunda, porque tenaz, o anima - a paixão do absoluto e da verdade."

Assim se expressou Albert Camus a respeito de sua obra "O Estrangeiro", numa entrevista de 1955. Tudo neste livro despertou paixões e polêmicas na época de sua publicação: seu autor, seus personagens e suas idéias. O existencialismo tinha se popularizado, transformando-se quase numa moda.

Albert Camus nasceu na Argélia, então colônia francesa, em 1913. Sua família tinha poucos recursos e seu pai morreu combatendo na Primeira Guerra Mundial. Em 1923, Camus entrou para o liceu e depois para a Universidade da Argélia. Em 1930 contraiu tuberculose, o que o afastou dos esportes (era goleiro) e diminuiu seu tempo de estudo na universidade.

Em 1934 ingressou no Partido Comunista Francês e casou-se com Simone Hie, de quem se divorciaria pouco tempo depois. No ano seguinte, licenciou-se em filosofia e fundou o "Teatro do Trabalho". Em 1936, apresentou uma tese sobre o filósofo grego Plotino e engajou-se no Partido do Povo da Argélia. De 1937 a 1940 escreveu para dois jornais socialistas.

Foi recusado no exército francês por causa de suas más condições de saúde. Em 1940, já morando em Paris, casou-se com Francine Faure e começou a trabalhar para a publicação "Paris-Soir". No ano seguinte mudou-se para Bordeaux, junto com a redação da revista.

Em 1942 publicou dois de seus livros mais importantes, o já mencionado "O Estrangeiro" e "O Mito de Sísifo". Segundo muitos críticos, a idéia do absurdo da existência humana, formulada nestas obras, foi a maior contribuição de Camus para a filosofia.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), na França ocupada pelos alemães, Camus travou relações com o filósofo existencialista Jean Paul Sartre e engajou-se na Resistência francesa, escrevendo e depois tornando-se editor do jornal clandestino "Combat".

Em 1946, Camus viajou aos Estados Unidos, proferindo palestras sobre o existencialismo, para estudantes em Nova Iorque. Publicou "A Peste", no ano seguinte. O romance é uma alegoria da ocupação alemã e da condição humana (foi traduzido para o português pelo escritor Graciliano Ramos).

Entre 1949 e 1951, Camus viveu recluso, enfraquecido por causa de uma nova recaída da tuberculose. Em 1951 publicou "O Homem Revoltado", em que faz uma análise da idéia de rebelião e revolução, rejeitando o comunismo. Essas idéias foram perturbadoras, em meio a uma intelectualidade francesa comprometida com o marxismo, e provocaram sua ruptura com Sartre.

De 1955 a 56, trabalhou no semanário L'Express. Em 1957, recebeu a maior honraria literária em reconhecimento à sua obra: o Prêmio Nobel de Literatura. Morreu três anos depois, vítima de um acidente automobilístico. Deixou dois filhos gêmeos, Catherine e Jean.



Fonte: http://educacao.uol.com.br/biografias/albert-camus.jhtm. Acesso: 26/08/2011.

Um comentário:

  1. O Estrangeiro eu ainda não li, mas Camus tem uma forma de escrever bem forte que precisa ser analisada a cada detalhe pois ele brinca super bem com o fato atual e os acontecimentos difíceis da vida do personagem com uma capacidade de passar menssagens muito profundas, algumas até que só detectamos numa segunda leitura.

    Excelente avaliação.

    Abs

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