sábado, 10 de dezembro de 2011

É PRECISO IR ALÉM DOS EVENTOS

Em um projeto denominado "Dois pra lá, dois pra cá" levado adiante pelo "Caderno Dois" do Jornal Tribuna de Minas, discutiu-se na última segunda-feira, dia 05/12, no Afiteatro João Carriço, situado no prédio da Funalfa em Juiz de Fora, os principais desafios que enfrentam os poetas e escritores desta cidade em levar ao conhecimento da população seus trabalhos realizados. O evento contou com a presença de Carolina Barreto e Iacyr Anderson de Freitas, além dos escritores e professores universitários Anderson Pires e Fernando Fiorese.


Muitos foram os problemas discutidos, assim como os obstáculos a serem superados. Desde a tradicional dificuldade no processo de impressão e publicação das obras, passando pelo complicado processo de formação do leitor, chegando mesmo a importantes reflexões sobre as políticas públicas para a produção e difusão cultural em nossa cidade.


Entre as várias falas apresentadas, destacam-se aquelas que vislumbram um projeto de difusão cultural permanente, que vá além dos eventos e festivais realizados em nossa cidade e região próxima. Para Fernado Fiorese, professor da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Juiz de Fora, é preciso que se crie políticas públicas permanentes, para esse processo de afirmação cultural, seja no campo da literatura, do teatro, do cinema e demais formas de expressão artística, não ficando elas reféns do "humor político" de nossas autoridades. A Lei Municipal Murilo Mendes de apoio à cultura é um importante passo neste sentido, muito embora apresente algumas falhas importantes, como uma variação considerável no montante das verbas anuais destinadas a este propósito, além de se limitar a um processo de simples impressão das obras, não estabelecendo nenhum diálogo ou convênio com outras instituições culturais ou editoras afins, no sentido de difundir aquilo que ela se propõe a financiar.


Sair de um círculo fechado de leitores é um desafio tão importante quanto os demais, neste processo de valorização e difusão da leitura, levando aos nossos jovens de lugares mais distantes aquilo que é produzido em nossa cidade. É preciso que se dê um acesso real e constante para os jovens de comunidades mais distantes sobre tudo aquilo que se produz no campo das artes, respeitando da mesma forma tudo aquilo que se produz em seus espaços. No campo da literatura, isso se faz com um árduo processo de formação de leitor, sobretudo nas escolas, mas que depende de políticas sérias, bem elaboradas e bem articuladas dos nosso gestores públicos.

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